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Ok, estamos no verão, mas não vamos deixar de comer bem, certo? Que tal então uma lista de receitas de comidas leves? Gostou, né? E se estas receitas combinassem com as Cachaças de alambique? Melhor ainda, certo? Mais uma vez atendemos a uma enxurrada de perguntas sobre como combinar pratos leves com Cachaça de alambique. Como fazemos isso o tempo todo decidimos compartilhar aqui alguns segredos que vão fazer os seus amigos não só desejarem voltar a sua casa, como espalhar para os quatro cantos os seus dotes culinários e claro, seu jeito de receber como um mestre.
Mas e a Cachaça, onde entra nesta história?
Bebidas alcoólicas são utilizadas como forma de socialização desde os primórdios da civilização. Resolvemos deixar aqui sugestões de Cachaças especiais para combinar com suas receitas leves e acredite, dos petiscos de entrada até o café expresso, há interessantes sugestões de harmonização. Selecionamos aqui não só grandes encontros, mas uma forma de você receber com classe e ainda economizar dinheiro, aproveitando as promoções que selecionamos. Vamos a elas:
1 – Cachaça Maria Izabel (Jequitibá)
A mística desta Cachaça começa no rótulo, inspirado na arte de Jeff Fisher, autor das ilustrações nas capas dos livros sobre a saga do bruxo Harry Potter. Passa também pela produtora. Maria Izabel toca sozinha o alambique e é uma das poucas mulheres do país a exercer a profissão de mestre-cachaceira. Além de tocar o alambique, ainda recebe e acompanha os turistas oferecendo sessões de degustação e explicando pacientemente cada etapa da produção de sua Cachaça!
Origem: Paraty (RJ)
Armazenamento: 01 ano em tonéis de Jequitibá
Volume alcoólico: 44%
Notas do Sommelier: A Maria Izabel é um jequitibá potente, de corpo médio no alto de seus 44% de volume alcoólico. Uma leve adstringência, mas de baixa acidez. Aroma com notas de frutas cítricas e retrogosto persistente que entrega, agradavelmente a origem de cana-de-açúcar.
Harmonização: perfeita para tomar gelada acompanhando uma boa porção de ostras na beira da praia.
2 – Cachaça Werneck (Jequitibá)
Eli Werneck ao se aposentar, decidiu retomar um sonho vivido na juventude. Se tornar dono de um alambique e produzir Cachaça de qualidade. O produto final traz uma certeza: ele deveria ter começado mais cedo. Praticamente toda família é envolvida com a produção da Cachaça e tudo funciona como uma empresa. Fora das atividades da empresa em que trabalhava, Eli aproveita a experiência para tocar tudo com muita excelência. O resultado é uma Cachaça espetacular.
Origem: Rio das Flores (RJ)
Armazenamento: 1 ano em tonéis de Jequitibá
Volume alcoólico: 42%
Notas do sommelier: Toques cítricos no aroma e sensação levemente apimentada na boca. Retrogosto intenso e duradouro, com leve adocicado e breve sensação de um agradável amargor. Tudo muito equilibrado.
Harmonização: ótima companhia para um canapé de entrada, aqueles de tempero leve!
3 – Middas Cachaça (Amendoim do Campo)
O mito do Rei Midas, que transformava em ouro tudo aquilo que tocava é inspiração desta cachaça. Um frasco de ouro comestível de 23 quilates importado da Alemanha é a grande sensação da bebida. Vem fora da garrafa e a ideia é que cada um possa dar o seu próprio toque de ouro em sua Cachaça. A ideia se alastrou pelas redes sociais e não são poucos os vídeos de apreciadores vivendo a experiência de transformar a Cachaça em ouro!
Origem: Dracena (SP)
Armazenamento: 2 anos em toneis de amendoim
Volume alcoólico: 40%
Nota do Sommelier: o visual cristalino da Middas é perfeito para se enxergar os flocos de ouro, que não alteram o sabor, mas conferem um espetáculo para os olhos. Na boca o equilíbrio perfeito entre a baixa acidez, o retrogosto marcante traz todo o frescor cana-de-açúcar.
Harmonização: ótima Cachaça para harmonizar com peixe na brasa.
4 – Cachaça Canarinha (Bálsamo)
Um erro na gráfica e a Cachaça que se chamaria Cana Rinha teve o nome alterado para sempre! Com ou sem deslize, estamos falando de uma das Cachaças produzidas com o DNA da família de Anísio Santiago de Salinas. O bálsamo de Salinas, característico pela cor amarelo esverdeada e as notas de anis, desembarca nestas garrafas, que mantém a tradição que perdura entre muitas do norte de Minas, de envasar Cachaças em garrafas âmbar de 600 ml (as mesmas usadas pela cerveja).
Origem: Salinas (MG)
Armazenamento: 4 anos em tonéis de bálsamo
Volume alcoólico: 44%
Nota do sommelier: toques de ervas no aroma fazem desta cachaça uma bebida especial. Na boca, notas de amêndoas cumprem o papel do bálsamo, uma das madeiras mais nobres para envelhecer cachaça.
Harmonização: perfeita para acompanhar uma moqueca capixaba
5 – Cachaça Gogó da Ema (Bálsamo)
Se fosse um filme, a Gogó da Ema poderia ser chamada de “O Engenheiro que virou Cachaça”. Assim começou em 2002 a saga da família Tenório: produzir uma das Cachaças mais premiadas do país. A variedade de bálsamo utilizada pela Gogó da Ema confere à Cachaça uma maciez e aroma adocicado.
Origem: São Sebastião de Alagoas (AL)
Armazenamento: dois anos em tonéis de bálsamo
Volume alcoólico: 40%
Nota do sommelier: aroma intenso de frutas cristalizadas, aveludada e levemente adstringente. No retrogosto, leve amargor, mas um amadeirado intenso e bem interessante.
Harmonização: prove com uma porção de linguiça artesanal, como entrada.
6 – Cachaça Sanhaçu (Amburana)
Produzida na cidade pernambucana de Chã Grande, PE, pela família Barreto, a Sanhaçu é fermentada ao som de música clássica. Seus produtores entendem que assim as leveduras trabalham em um ritmo tranquilo, produzindo um excelente vinho a ser destilado. Funciona. A Sanhaçu se notabiliza ainda pela sua pegada orgânica. Tem o privilégio de ser o único alambique do país a gerar energia através de placas solares, dando aula de sustentabilidade.
Origem: Chã Grande (PE)
Armazenamento: 2 anos em tonéis de Amburana
Volume alcoólico: 40%
Nota do Sommelier: uma rápida passagem pelos tonéis de freijó é um dos segredos para arredondar a Sanhaçu amburana. A cachaça reforça as notas de canela e ganha ainda mais toques de especiarias. Acidez equilibrada, boa untuosidade e retrogosto bem persistente.
Harmonização: perfeita para acompanhar sorvetes numa boa sobremesa.
7 – Cachaça Guaraciaba (Amburana)
Guaraciaba – A fama da Guaraciaba correu por toda Minas Gerais no lombo de um burro. Tropeiro que era, nos anos 1960, José Maria Santana, o “Zé Santana” usava o transporte para distribuir sua Guaraciaba pelo comércio local. A marca cresceu a ponto de produzir mais de meio milhão de litros por ano.
Origem: Guaraciaba (MG)
Envelhecimento: 8 anos em tonéis de amburana
Volume alcoólico: 38%
Nota do Sommelier: para muitas cachaças envelhecidas em amburana tanto tempo nesta madeira poderia resultar numa cachaça com defeitos. Não a Guaraciaba. No aroma toques canela com notas de canela e caramelo. Retrogosto amadeirado e persistente.
Harmonização: Perfeita para acompanhar uma boa porção de torresmo ( harmonização por contraste de doce versus salgado)
8 – Cachaça Leblon Signature (Carvalho)
Cachaça envelhecida em barris de carvalhos trazidos da cidade francesa de Limousin, onde foram utilizados para envelhecer Conhaques premiados em todo planeta. A Merlet, que leva o sobrenome do Top Master Distiller francês, Gilles Merlet, é uma especiaria engarrafada. Um dos orgulhos mineiros em produção de Cachaça de qualidade.
Origem: Patos de Minas (MG)
Envelhecimento: 2 anos em barris de Carvalho Frances de segundo uso.
Volume alcoólico: 42%
Notas do sommelier – degustar esta Cachaça é como estar em contato direto com as iguarias, como as frutas secas dos mais nobres bolos ingleses. Aroma adocicado com toques marcantes de amêndoas. Na boca, coco e baunilha.
Harmonização: Vai bem com um churrasco de final de semana com os amigos.